Menino de 8 anos segura raquete em mesa de pingue pongue
Luís Henrique Castro Barbosa, de 8 anos, é estudante da rede estadual de ensino, e possui duas deficiências que afetam sua coordenação motora caracterizadas, principalmente, por causar movimentos involuntários: a ataxia e a coreoatetose. Apaixonado por esportes, Luís encontrou neles o caminho para desenvolver sua coordenação motora e suas relações interpessoais.

No ginásio da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), ele integra o Projeto de Iniciação Paradesportiva da Fundação, onde duas vezes por semana tem aulas de educação física voltadas para pessoas com deficiência. Desde que começou a participar, em novembro de 2023, já praticou esportes como badminton, basquete e tênis de mesa.

A iniciativa visa oferecer a prática de diferentes modalidades paradesportivas a pessoas com deficiência, atendendo principalmente crianças em idade escolar e servindo também para a descoberta de novos talentos. “Esse projeto é uma oportunidade de vivências em habilidades motoras a serem exploradas em cada pessoa. O participante pode experimentar isso de forma especializada, e também desenvolver aspectos sociais”, destaca Fernando Ricardo Bueno, o Tuti, coordenador do Centro de Educação Física e Cultura da FCEE.

Além de se divertir na FCEE, Luís também conta com a estrutura oferecida pela Secretaria de Estado da Educação para estimular ainda mais o seu desenvolvimento motor e cognitivo. No contraturno escolar, ele é acompanhado no Atendimento Educacional Especializado (AEE), quando recebe atividades personalizadas que buscam promover sua autonomia, tanto dentro de sala de aula, quanto fora. Os exercícios são todos colaborativos, elaborados juntamente com o estudante para otimizar os processos de aprendizagem.

Luís também tem autismo, condição que é levada em conta na hora de planejar as atividades. As propostas pedagógicas realizadas baseiam-se em brincadeiras de sequência lógica, utilizando quebra-cabeças, jogos de raciocínio lógico matemático e outros para desenvolver a motricidade fina e ampla. “No 1º semestre foi realizado um projeto idealizado pelo próprio Luís: uma quadra de futebol dos autistas, nome dado por ele. Nesta proposta foram desenvolvidas funções executivas como inibição, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva”, enaltece a professora do AEE, Bruna Mendes Maiato.

Segunda professora
Já na sala de aula regular, Luís tem o apoio de uma segunda professora de educação especial, que trabalha diretamente no desenvolvimento das habilidades relacionadas aos conteúdos do currículo da turma em que ele está inserido. “As adaptações ou adequações são realizadas conforme as necessidades do estudante, sempre com o intuito de potencializar suas capacidades e oferecer o suporte necessário para seu cotidiano, visando a inclusão efetiva e seu pleno desenvolvimento”, destaca Maria Carolina da Silva, segunda professora de Luís Henrique.

Inúmeros exemplos que começaram nas escolas, como o Luís, estarão presentes nas Paralimpíadas de Paris 2024, que começaram no dia 28 de agosto, provando mais uma vez que a parceria entre educação e esporte pode mudar vidas. “Acreditamos muito na união de educação e esporte como ferramenta de transformação social. Investir cada vez mais em atendimentos personalizados, como o do Luís, é um pedido sempre enfatizado pelo nosso governador Jorginho Mello e estamos colocando em prática nas nossas escolas”, ressalta o secretário de Estado da Educação, Aristides Cimadon.

(Com informações da Secretaria de Estado da Educação.)

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