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Um grupo de 50 profissionais da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) iniciou nesta semana uma capacitação na metodologia de ensino estruturado para crianças com autismo, promovido pela instituição com o objetivo de qualificar o corpo técnico. A formação é ministrada pela terapeuta ocupacional e psicopedagoga Viviane de Leon, uma das maiores especialistas em autismo do Brasil.
A formação, que ocorre entre os meses de fevereiro e junho deste ano, é exclusiva para profissionais do corpo técnico da FCEE atuantes no atendimento direto a pessoas com autismo e nas capacitações para professores da rede estadual e das instituições especializadas de Santa Catarina.
“Essa capacitação é de extrema importância para que possamos aprimorar o atendimento às pessoas com autismo em Santa Catarina. Ao qualificar e capacitar os nossos profissionais, teremos mais embasamento na elaboração das políticas e na formação de professores para o atendimento às crianças com autismo”, destaca a presidente da FCEE, Jeane Rauh Probst Leite.
“Hoje sabemos da importância do ensino estruturado, a ciência vem comprovando isso, por isso, queremos trazer aos nossos profissionais todo o conhecimento possível da área, para que a gente possa estar a frente do que vem sendo discutido no mundo”, ressalta a presidente.
Já a Supervisora de Atividades Educacionais Extensivas da FCEE, Grazielle Franciosi da Silva, lembra o reconhecimento da metodologia de ensino estruturado. “O objetivo dessa formação é nos qualificarmos em mais uma metodologia de atendimento, que é o método de ensino estruturado, um dos mais qualificados e comprovados cientificamente na atualidade para o atendimento de crianças com autismo em idade escolar”, afirma.
A formação abordará temas como Autismo e Cognição, organização do ambiente e agendas visuais, Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) e intervenção precoce.
O autismo e o método de ensino estruturado
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por um desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais variadas, déficits na comunicação e interação social, além de padrões repetitivos de comportamento, podendo incluir um repertório restrito de interesses e atividades.
O método de ensino estruturado é fundamentado em evidências científicas, já que suas técnicas e abordagens tornaram-se práticas de intervenção somente após a demonstração de sua eficácia. O método reitera a importância da detecção precoce de atrasos no desenvolvimento, do diagnóstico oportuno do TEA e da orientação para intervenções comportamentais e apoio educacional na fase inicial da vida, visando alcançar melhores resultados a longo prazo, considerando a capacidade adaptativa do cérebro.