De camisetas azuis com fitas da mesma cor, a equipe do Cas iniciou a apresentação com o porquê da utilização dessa cor.
“O azul remonta à época do nazismo, quando os surdos eram identificados por essa cor nos campos de concentração alemães. A adoção do azul relembra os que foram exterminados, como forma de respeito e de homenagem. Já o uso da fita azul foi introduzido no Congresso Mundial da Federação de Surdos, que aconteceu em 1999 em Brisbane, na Austrália, e diz respeito ao orgulho surdo”, explica a coordenadora do Cas, Patrícia Amaral. “Esses símbolos representam toda a opressão enfrentada pelas pessoas surdas ao longo da história e sua luta diária pela inclusão na sociedade, na escola, no trabalho”, complementa.
Após uma contextualização histórica, a equipe encenou diversas situações nas quais o surdo se vê cotidianamente, enfatizando as dificuldades de comunicação.
“Muitos ouvintes têm medo de chegar e conversar, por não saberem como se comunicar. O surdo é uma pessoa aberta. Se você não sabe Libras, pode encontrar outras formas, gesticulando, fazendo mímica. Aproveitamos esse momento para colocar algumas questões e desvendar alguns mitos. Por exemplo, de que o surdo não é mudo – ele emite sons, grita. Só não fala pela questão auditiva”, esclarece Patrícia.
A coordenadora ressalta ainda que é preciso que as pessoas entendam que o surdo é uma pessoa capaz, que pode fazer qualquer coisa, exceto ouvir.
Além das encenações, também foram apresentados alguns vídeos.
As atividades foram encerradas com a apresentação da música “Amor de ping pong”, da dupla Bruno e Marrone, interpretada pela equipe do Cas. Nesse momento, a plateia aproveitou para interagir com a equipe, tentando interpretar a canção também, entrando, por alguns instantes, no mundo dos surdos.
“Foi um dia muito especial. Conseguimos cumprir nosso objetivo, o de chamar a atenção para a luta dessas pessoas, e de passar a mensagem de que a surdez não é uma deficiência, mas uma cultura”, conclui Patrícia. Segundo a coordenadora, a inclusão só acontece quando há respeito à diferença linguística e cultural do surdo.
Assessoria de Comunicação FCEE
Fotos enviadas pelo Cas