alesc1 28/08/13 - Representada pela Diretora de Pesquisa, Ensino e Extensão Raquel Santos Rachadel da Silva, a Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), ao lado de outras entidades ligadas às pessoas com deficiência, participou do ato comemorativo da Semana Estadual das Pessoas com Deficiência Múltipla e Intelectual, realizado na Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira.

Os participantes acompanharam a palestra “Inclusão da Pessoa com Deficiência – Muito Além das Cotas”, proferida pelo arquiteto Mário Cezar da Silveira. 

O ato também marcou a apresentação oficial do programa Alesc Inclusiva, que prevê a contratação de pessoas com deficiência para a realização de estágio no Parlamento catarinense. O presidente da Casa, deputado Joares Ponticelli (PP), afirmou que os estagiários, além de terem uma oportunidade de trabalho, vão colaborar para o aperfeiçoamento das políticas de inclusão desenvolvidas pela Assembleia.

“Estamos dando sequência a um trabalho que foi iniciado pelo ex-deputado Julio Garcia, quando foi presidente desta Casa, e que foi intensificado após a criação da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência”, disse Ponticelli.

O presidente da comissão, deputado José Nei Ascari (PSD), destacou a importância da semana e os resultados obtidos pelo Parlamento na inclusão da pessoa com deficiência. “Saímos da retórica, do debate e passamos para a ação, para algo concreto na promoção da inclusão”, afirmou.


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Evento foi realizado na manhã desta quarta-feira (28). FOTO: Eduardo Guedes de Oliveira/Agência AL
 

Igualdade de condições

A representante da Federação das Apaes de Santa Catarina, Aline Kuerten, chamou a atenção para a necessidade da qualificação das pessoas com deficiência. Ela lembrou que muitas empresas têm vagas de trabalho abertas para deficientes, mas não conseguem preenchê-las pela falta de pessoal capacitado. “Oferecer a oportunidade de emprego é importante, mas não podemos deixar de proporcionar o conhecimento para a pessoa com deficiência, para que ela entre no mercado de trabalho em condições iguais às demais pessoas”, destacou.

Maria Nilza Eckel, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conede), também destacou a importância da igualdade de oportunidades. “A sociedade precisa discutir e refletir. Gostaríamos de uma sociedade que fosse igualitária nas oportunidades, mas isso não é real”, disse.

Também participaram do ato o vereador de Florianópolis Edmilson Pereira Júnior; o  autodefensor das Apaes da Grande Florianópolis, Fernando de Lima; e os deputados Taxista Voltolini (PPS) e Dirce Heiderscheidt (PMDB).

O evento foi promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia.

 

Quebra de paradigmas

Utilizando a história da filha Carolina que, apesar de ter enfrentado um quadro de anóxia cerebral ao nascer se formou em psicologia e está cursando a segunda faculdade, o palestrante Mário Cezar da Silveira mostrou aos participantes que a convivência com as pessoas com deficiência nos permite enxergar nossas deficiências e mudar nossos paradigmas para promover a verdadeira inclusão.

“A convivência com a minha filha me fez enxergar que o deficiente era eu. Permitiu que eu enxergasse as minhas deficiências e mudasse meus paradigmas. Ao darmos uma oportunidade para uma pessoa com deficiência, na realidade elas estão nos dando uma oportunidade para nós evoluirmos como seres humanos”, destacou.

Silveira, que é arquiteto, lembrou que o Brasil é rico em leis que protegem o deficiente, mas a inclusão efetiva dessas pessoas na sociedade não depende só da legislação. “Essas leis protegem, mas nem sempre alcançam seus objetivos, porque elas não resultam na quebra desses paradigmas”.

Fonte: AGÊNCIA AL, por Marcelo Espinoza

 

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