“A ideia é que os servidores não tenham problemas de voz. Isso é
feito por meio da orientação de como lidar com o mecanismo da voz para
que a utilizem de forma saudável, clara e harmoniosa, evitando assim
alterações como disfonias de ordem ocupacionais”, explica a
fonoaudióloga. As oficinas são formadas por grupos de até seis
servidores, que participam de encontros semanais com duração de
aproximadamente uma hora.
Ao total, serão dez encontros, sendo que o
último está previsto para o final deste mês, nos quais são abordadas
questões relativas à compreensão da anatomia e da fisiologia da produção
vocal, maneiras de manter a saúde vocal e exercícios preventivos.
As
vagas para as oficinas foram abertas para servidores de todos os
setores da FCEE, com preferência para aqueles que utilizam a voz de
forma contínua em suas atividades cotidianas. Karina explica que “são
considerados profissionais da voz todas aquelas pessoas que dependem
dela para realizar seu trabalho e, no caso de situações de rouquidão ou
afonia (perda da voz), ficam impossibilitadas de exercerem suas tarefas,
ocorrendo afastamento temporário e até mudança de ocupação
profissional, alem de causar problemas emocionais para o servidor”.
Ana
Regina Rodrigues é uma dessas profissionais que utilizam a voz com
muita frequência durante o período de trabalho. Telefonista da FCEE, ela
conta que já aprendeu muito com as oficinas. “Para mim está sendo ótimo
fazer os exercícios. Antes eu achava que respirar era uma coisa
natural, que não exigia nenhuma técnica. Agora eu sei que tem muita
técnica”.
Outro exemplo é a pedagoga Sandra Regina Gerent Voges,
que trabalha na Gerência de Gestão de Pessoas (Gepes). Ela relata que
colegas e até a família já notaram a sua evolução. “Sempre falei muito
alto e muito rápido, forçando a voz sem necessidade. Agora estou tendo
mais noção de como controlar o volume e o tom da minha voz, e aprendi a
falar mais devagar”.
Ela explica que essa é a primeira vez que
participa de uma atividade dedicada aos cuidados com a saúde vocal.
“Nunca fui a uma fonoaudióloga na minha vida, e não tinha noção de como o
mau uso da voz pode nos prejudicar. Com as oficinas, passei a conhecer
um pouco sobre a anatomia da voz e passei a detectar problemas que tive
ainda quando trabalhava em sala de aula”.
Sandra lamenta que a
maioria dos cursos destinados a formar professores não possuam uma
disciplina relacionada aos cuidados da voz. “Deveria haver, é muito
importante. Evitaria muitos problemas futuros aos professores. Essas
oficinas são tudo de bom. Espero que tenha continuidade, quero
participar sempre. Todas as semanas, fico ansiosa para chegar o dia dos
nossos encontros”, conclui.
Karina diz estar muito satisfeita
com a participação dos servidores que aderiram às oficinas e que já
veem resultados obtidos por meio da teoria e dos exercícios realizados
durante os encontros, que trabalham com a respiração, com o relaxamento,
ressonância, articulação e dicas de higiene vocal. “Alguns contam que
não se davam conta de como utilizavam a voz de forma errada e até já
procuraram ajuda médica porque durante as oficinas puderam detectar
problemas. Ano que vem pretendemos continuar com o projeto, mas ainda
não sei se será no mesmo formato. Como esse é um projeto piloto, está
servindo como experiência para as próximas atividades. Mas estou
gostando bastante da interação dos participantes nos grupos”, destaca.
Camila
Carvalho, professora do Centro de Educação Física (Ceduf), também
aprova a iniciativa. “Achei muito bacana o projeto, todos os servidores
deveriam participar. E só tenho elogios para a criatividade da Karina
nas oficinas. Com ela, treinamos a respiração e a ressonância de forma
lúdica, foi muito legal. Gostei muito dos momentos de relaxamento com
música, enquanto trabalhávamos a respiração, e dos exercícios para
fortalecer o diafragma”.
A educadora física também conta que conseguiu
perceber diferença em sua rotina em sala de aula. “Eu tinha bastante
dificuldade de manter o mesmo tom de voz. Por causa do curso, senti que
minha respiração e minha entonação melhoraram muito, já que melhorou a
minha percepção vocal”.
Ela também destacou a integração dos
servidores de diferentes setores durante as oficinas. “Foi bom trabalhar
em grupos pequenos para nos conhecermos melhor e também para perder a
inibição”.
Programa de Saúde Vocal
O objetivo do
Programa de Saúde Vocal, do qual faz parte esta atividade, é capacitar o
servidor para a proteção da saúde vocal, visando a uma maior qualidade
no exercício profissional. Para isso, tem o intuito de esclarecer de
forma simples e objetiva como a voz é produzida (as estruturas e
respectivas funções nesse processo), informar sinais e sintomas para
detecção precoce de alterações vocais, assim como formas de preservar a
saúde vocal e evitar futuros problemas.
Assessoria de Comunicação FCEE
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