00318/03/14 - A Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) investe em modalidades direcionadas a atletas com comprometimentos neurológicos e musculares. Uma delas é a Petra. As aulas de Educação Física para alunos com paralisia cerebral realizadas na FCEE não são mais as mesmas desde a introdução do jogo, realizado com um andador em forma de triciclo utilizado em competições por atletas com paralisia cerebral. [Tradução em LIBRAS]

A inovação é obra do Centro de Educação Física (Ceduf) da FCEE e tem como objetivo motivar a prática de atividade física e, ao mesmo tempo, realizar um trabalho voltado para o aprimoramento das habilidades psicomotoras, transformando os equipamentos utilizados - que mantém algumas características da bicicleta, excetuando-se os pedais e corrente e agrega a ideia de um triciclo, uma espécie de andador com rodas) - em um poderoso elemento pedagógico.

Segundo o Profissional de Educação Física e idealizador da modalidade Jefferson Roberto Seeber [CREF 012391-G/SC], a ideia é trazer para os alunos mais debilitados, geralmente em cadeiras de rodas, uma atividade não apenas esportiva, mas também reabilitatória. Ele conta que os Profissionais perceberam nos alunos uma paixão até então desconhecida.

A Petra é uma modalidade na qual os atletas devem utilizar a força de suas pernas para se movimentar, o que exige concentração e equilíbrio. A modalidade desenvolve a musculatura, força, agilidade e auto-estima do praticante. Para o Profissional Ronaldo Grisard Clausen [CREF 002921-G/SC], especialista em Psimotricidade, além dos ganhos cardiorrespiratórios provenientes da prática de exercício físico, muitas atividades psicomotoras passaram a ser trabalhadas através da modalidade. “A atividade desenvolve o equilíbrio, coordenação geral, lateralidade, coordenação visomotora. Sem contar com o nível de excitação que gera, atuando positivamente na produção da dopamina no cérebro”, explica.

O Professor Gabriel Renaldo de Sousa [CREF 015302-G/SC] explica que a partir do interesse dos alunos, ficou muito mais fácil motivá-los e obter resultados nas atividades propostas. Ele conta que houve um grande aumento na autoestima dos alunos. Estes se perceberam capazes de realizar uma atividade que até então não tinham acesso.

Incentivo federal

A FCEE também oferece a seus atletas a prática do Futebol 7, da Bocha Paralímpica, entre outras modalidades para deficientes intelectuais. Mas foi através da Bocha, que o atleta Paulo Roberto Perão de Lima foi selecionado pelo Ministério do Esporte para receber o benefício do programa federal “Bolsa atleta”. Perão é o primeiro atleta da FCEE a receber a bolsa concedida por 12 meses a atletas estudantes.

O benefício recebido foi consequência dos resultados obtidos pelo atleta em 2010, ano em que Perão conquistou o 2º lugar na Bocha Paralímpica, na classe BC3, nas Paraolimpíadas Escolares realizadas em São Paulo-SP. O valor deve auxiliá-lo na compra de materiais esportivos.

Como tudo começou

A Petra foi criada na Dinamarca, em 1989, pelo paratleta Mansoor Siddiqi, que batizou a modalidade em homenagem ao mascote dos Jogos Paralímpicos de Barcelona (1992), quando ele utilizou o equipamento pela primeira vez, demonstrando grande performance.

O esporte foi trazido para o Brasil em 2009 pela Associação Nacional de Deficientes (Ande), pelo Professor doutor Ivaldo Brandão [CREF 001730-G/RJ] e da fisioterapeuta Tânia Frazão. É mundialmente organizado pela Cerebral Palsy – International Sports e Recreation Association (CP – ISRA).

Texto publicado na revista do Conselho Federal de Educação Física, n. 50 - dez/13. 

 
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