encontro_capoeira_201312/11/14 - A terceira edição do Encontro Catarinense de Educação Especial ocorre este ano em Brusque, no nordeste do Estado, na próxima sexta-feira, dia 14 de novembro, organizada pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) da cidade, com apoio da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE). O evento tem como objetivo difundir a capoeira como instrumento de reabilitação motora, socialização e lazer para pessoas com deficiência. Alunos, educadores e mestres de capoeira de todo o Estado devem participar.

Criado em 2012 pelo Centro de Educação Física (CEDUF) da FCEE, o Encontro ocorre pela primeira vez fora da Grande Florianópolis, visando agregar e facilitar a presença de outras escolas no evento, que contará ainda com a participação especial de dois mestres de capoeira da Bahia, Mestre Nenel e Mestre Boinha, ambos discípulos de Mestre Bimba, um dos principais responsáveis pela expansão da capoeira no Brasil e no mundo.  

Uma grande roda de capoeira com alunos das escolas participantes, mestres, professores e seus convidados marcará a abertura do III Encontro Catarinense de Educação Especial a partir das 10h na Praça do Sesquicentenário, em frente à Prefeitura de Brusque. 

A programação do evento também prevê relatos de experiências dos educadores e  apresentações de maculelê, puxada de rede e capoeira dos alunos das APAEs de Brusque, Guabiruba, Nova Veneza, Florianópolis e São José, bem como da FCEE, da Associação Catarinense do X Frágil e da Associação Amigo Down.

Confira a programação completa do evento neste link: doc Programação 

Histórico

dsc_6617Com 25 anos de experiência com capoeira, o professor de educação física Fernando Fritz Bueno, o Tuti, ingressou na FCEE em agosto de 2012 e logo encontrou espaço para ensinar capoeira para os alunos da instituição. “A capoeira é um importante recurso no processo didático-pedagógico para pessoas com deficiência, auxiliando na apropriação da fala, da escrita, na coordenação motora, na socialização e na lateralidade”, explica. “É justo, portanto, considerá-la uma atividade física completa, pois atua de maneira direta sobre os aspectos cognitivo, afetivo e motor do praticante”, acrescenta.

Antes de realizar a primeira edição do Encontro Catarinense de Educação Especial, em novembro de 2012, Tuti realizou um levantamento com as mais de 200 APAEs de Santa Catarina e descobriu que apenas 10 delas utilizavam a capoeira como instrumento de inclusão. “Decidimos realizar o evento como forma de difundir a capoeira como instrumento de reabilitação motora, socialização, lazer e melhora da qualidade física das pessoas com deficiência”, afirma Bueno, que ministra aulas de capoeira na FCEE para cerca de 60 alunos com deficiências intelectuais e físicas com idades entre 7 e 65 anos.    

A Capoeira

A realização do evento sempre no mês de novembro também tem o objetivo de salientar a comemoração do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, e a lembrança do líder quilombola Zumbi dos Palmares. Intrínseca com a história de nosso País, a capoeira, filha brasileira de pais africanos, surgiu como luta do negro cativo e desarmado em busca de sua liberdade. Para não serem proibidos de praticar, os negros camuflavam com instrumentos musicais e palmas, realizando movimentos que aos olhos dos senhores nada mais eram do que a vadiação dos angolanos, a brincadeira de Angola.

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