A abertura do Fórum, cujo principal objetivo é promover a divulgação entre os profissionais das áreas da saúde e educação sobre o TPA e suas implicações nos processos de ensino e aprendizagem, contou ainda com a participação do diretor técnico da FCEE, Waldemar Carlos Pinheiro, da Supervisora de Atividades Educacionais Nuclear, Eliane Piucco, que destacou o sucesso do livro e sua distribuição gratuita em todo o Estado de Santa Catarina.
O Transtorno do Processamento Auditivo
Estima-se que quase 20% da população mundial, entre jovens e adultos, possuam algum nível de TPA, e que entre 2% e 5% das crianças em idade escolar apresentem alterações no Processamento Auditivo Central. O baixo número de casos diagnosticados e encaminhados para tratamento, apesar dos impactos negativos desse transtorno nos processos educacionais, de aprendizado e de socialização, é decorrente da falta de conhecimento dos profissionais acerca do tema.
O TPA é uma disfunção da audição relacionada às vias auditivas centrais, ou seja, não relaciona-se diretamente com as orelhas mas com o modo como o cérebro lida com as informações auditivas. “É uma dificuldade em processar as informações”, explica a fonoaudióloga Kátia Helena Pereira, que em seu livro fornece informações didáticas sobre o TPA e as decorrentes dificuldades na linguagem oral e escrita, assim como um modelo de Protocolo de Triagem para Encaminhamento ao Exame do Processamento Auditivo Central (TRIPAC I) e orientações para o processo terapêutico e educacional. A pesquisadora também revela que já está desenvolvendo um novo livro com orientações específicas para pais e familiares de crianças com TPA.
“Como o Transtorno do Processamento Auditivo normalmente vem relacionado com outros transtornos de atenção, como dislexia, é fundamental que se possa identificar a presença dele e propor intervenções direcionadas e mais eficazes”, afirma a fonoaudióloga Sheila Andreoli Balen, ministrante do curso e uma das mais importantes pesquisadoras de TPA do Brasil, tema sobre o qual se dedica desde 1995. “Defendemos o lema ‘ouvir com qualidade’ ao invés de ‘quantidade’”, afirma Sheila, salientando que o TPA consiste em um transtorno na via auditiva que leva informações para o cérebro, decorrendo em problemas de desatenção, dificuldade de concentração, de compreensão e de aprendizagem.
Ao longo dos dois dias do curso serão abordados temas como Neuroanatomia e Neurofisiologia das vias auditivas periférica e central; funcionamento do cérebro e a correlação com o processamento auditivo; alterações auditivas e desenvolvimento cognitivo; habilidades auditivas; conceito e interpretação do Processamento Auditivo Central (PAC); sinais e sintomas do Transtorno do Processamento Auditivo; diagnóstico diferencial; correlação entre audição, atenção e memória; estratégias terapêuticas para desenvolvimento das habilidades auditivas; planejamento terapêutico; orientações para pais, professores e escolas.
O II Fórum sobre Transtorno do Processamento
Auditivo segue até amanhã (02/12) no Auditório da FCEE acompanhado por um
público de profissionais de todo o Estado das áreas de saúde e educação tais
como fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais,
médicos otorrinolaringologistas, neurologistas, psiquiatras, pediatras, pedagogos
e professores de sala, assim como estudantes de graduação.