10/12/14 - Debaixo de chuva e com a participação de mais de 20 praticantes, entre alunos e ex-alunos, ocorreu na manhã desta quarta-feira o 5º Festival de Equoterapia da FCEE, tradicional evento de final de ano que marca o encerramento das atividades do Serviço de Equoterapia, voltado para pessoas com deficiência e realizado pelo Centro de Reabilitação Ana Maria Phillipi (CENER) em parceria com a Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC). O evento ocorreu na sede da Cavalaria da Polícia Militar, no bairro de Barreiros, em São José.
Apesar da chuva fina desta manhã, os praticantes da Equoterapia compareceram em peso ao evento, acompanhados de pais e familiares, que puderam conhecer de perto o trabalho realizado pela equipe técnica da FCEE em conjunto com os equitadores da PMSC. Com idades entre quatro e 30 anos, os praticantes realizaram apresentações no circuito especial montado no local, mostrando atividades e exercícios feitos ao longo do ano, como alongamentos, volteio adaptado, jogos e outros. Os cavalos que atendem os praticantes da equoterapia foram enfeitados com adornos natalinos e festivos, alegrando ainda mais o público presente.
“Esta parceria entre FCEE e PMSC é muito importante pelos ótimos resultados obtidos e queremos aumentar o investimento nesta atividade”, afirmou o presidente da FCEE, Eliton Verardi Dutra.
Para o comandante da Cavalaria da Polícia Militar, tenente-coronel Márcio Ferreira, o Festival é uma celebração do sucesso do trabalho realizado nos últimos 16 anos entre FCEE e PMSC. “Este evento coroa um ciclo de trabalho bem sucedido, demonstrando o êxito do trabalho desenvolvido com alunos e também o engajamento das equipes, que trabalharam unidas e alegres, contagiando todos com esse sentimento, que considero o responsável pelo êxito deste processo que já dura 16 anos”, afirmou Ferreira.
Entre as muitas mães presentes no evento, estava Cibele Pereira da Silva, mãe de Daniel Francisco, menino de sete anos, portador de paralisia cerebral e deficiência mental leve e um dos praticantes mais empolgados e felizes na manhã desta quarta-feira. “Ele começou a andar sozinho, perdeu o medo de se movimentar, começou a ter mais iniciativa e equilíbrio para diversos movimentos, como tomar água, por exemplo”, conta Cibele, resumindo os benefícios da terapia para o menino, aluno da FCEE desde 2010 e praticante da equoterapia há dois anos.
A coordenadora do CENER, Marize de Andrada e Silva, elogiou a participação e envolvimento de todos os servidores do Centro de Reabilitação, que, mesmo sem participarem diretamente da equoterapia, auxiliaram na organização do evento. “Temos uma equipe sempre muito empenhada”, afirmou Marize, anunciando que a perspectiva para 2015 é aumentar a equipe e utilizar ao máxima a capacidade do Serviço de Equoterapia.
Saiba mais sobre o Serviço de Equoterapia da FCEE
O Serviço de Equoterapia da FCEE funciona há 16 anos em parceria com a PMSC, através da unidade Guarnição Especial de Polícia Militar Montada, localizada em São José. O convênio entre as duas instituições prevê a realização de tratamento terapêutico com cavalos (equoterapia) voltado para crianças e adultos com deficiência mental, deficiência física, autismo e outras necessidades especiais. O atendimento gratuito é realizado por equitadores da PM em conjunto com a equipe técnica da FCEE, formada por fisioterapeutas, pedagogos, psicólogos e educadores físicos, responsável pela realização de planos psicoterapêuticos individualizados de acordo com a necessidade de cada praticante. Atualmente 26 pessoas são beneficiadas com o tratamento que dura em média dois anos com freqüência de aulas de uma vez por semana.
Para terem acesso ao Serviço, os candidatos precisam passar pelo processo de triagem do Centro de Avaliação e Encaminhamento (CENAE) da FCEE, além de serem elegíveis para serem atendidos pelo CENER. O fluxo de entrada pela PMSC requer parentesco com policiais militares, com elegibilidade diferenciada (por exemplo, traumatismo raquimedular), mas passam, igualmente, por avaliação da FCEE.
O CENER é a unidade da FCEE responsável pelo processo de reabilitação das pessoas com deficiência intelectual ou transtorno global do desenvolvimento associados à deficiência neuromotora e/ou transtornos da linguagem. Tem como objetivo possibilitar o desenvolvimento de habilidades funcionais, de mobilidade, de coordenação motora geral e da fala, ampliando sua participação na sociedade. Desenvolve um trabalho articulado através de equipes multidisciplinares e interdisciplinares, visando abordar a pessoa com deficiência de forma global.
Confira algumas fotos do evento:
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