Pedagogo Marcelo Lofi navega pelo site usando leitor de tela

TRADUÇÃO LIBRASO site da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) foi totalmente reformulado para promover ainda mais acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva, visual ou motora. Novos recursos foram incorporados com a meta de ampliar o alcance do conteúdo publicado. Foram quase dois anos de estudos e a nova versão entrou no ar neste mês de julho, resultado da parceria entre a equipe da FCEE e o Centro de Informática e Automação de Santa Catarina (Ciasc). O projeto foi destaque nesta semana no site do Governo do Estado que também produziu um vídeo especial sobre o tema.

Logo no topo do site, aparece a Barra de Acessibilidade, com as opções de atalho direto para o conteúdo e de busca de conteúdo e, ainda, botões que permitem aumentar o tamanho da fonte de texto em todo o site. Também na parte superior, é possível selecionar o botão que ativa a ferramenta Alto Contraste, formulada de modo que além de deixar o texto branco em fundo preto também altera as cores de todas as imagens do site para escalas de cinza, facilitando a navegação de pessoas com baixa visão.
Opção alto contraste deixa o texto branco e o fundo preto
A opção alto contraste facilita a navegação de pessoas com baixa visão
O analista de Informática da FCEE, Cândido Matos dos Santos, explica que o novo site foi trabalhado dentro da proposta de promover a responsividade, ou seja, todo o conteúdo é adaptado automaticamente ao tamanho da tela que o usuário estiver utilizando sem perder suas funcionalidades. Também foi trabalhado o recurso conhecido como “migalha de pão” (breadcrumbs), que apresenta os links da navegação realizada dentro do site em forma de lista, permitindo ao usuário saber qual o caminho percorrido até chegar a cada página em que se encontra no momento.
Servido Paulo Ricardo Pedroso navega pelo site
Servido Paulo Ricardo Pedroso elogia novo site
Outra ferramenta é a tabulação, pensada nos usuários que utilizam apenas o teclado para navegar, sem o auxílio do mouse. Clicando apenas a tecla Tab, é possível percorrer todos os links distribuídos em cada página. Servidor da FCEE, Paulo Ricardo Pedroso, com paralisia cerebral, demonstra na prática as vantagens do recurso e elogia a iniciativa. O site da FCEE também excluiu práticas desaconselhadas, consideradas como empecilho para o acesso de pessoas com deficiência, como o uso de animações e aplicações Flash e atualizações automáticas periódicas.

“Por desenvolvermos um trabalho tão sério e tão importante na questão das políticas de inclusão social das pessoas com deficiência, precisávamos que o nosso site também fosse acessível, para que uma pessoa surda, um cego ou alguém com deficiência motora também possa acessar com facilidade informações sobre o trabalho da fundação”, destaca a presidente da FCEE, Rosemeri Bartucheski.

Intérprete de LIBRAS grava tradução para o site
Intérprete de LIBRAS grava tradução para o site
Outra ação que já era feita no site e terá continuidade é a tradução dos textos da seção de notícias para a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). A coordenadora do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS), pedagoga Patrícia Amaral, explica que “A língua oficial da comunidade surda é a LIBRAS, é a sua primeira língua, tendo que ser respeitada”, destaca. Por isso, além de reproduzida em texto, cada notícia publicada no site é disponibilizada também em um vídeo traduzido para LIBRAS, produzido pela equipe própria de intérpretes da FCEE. A proposta é, em uma nova etapa, ampliar o recurso também para outras áreas do site.

As principais referências para as mudanças foram documentos de acessibilidade na internet como a cartilha WCAG 2.0 - Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web, desenvolvida pela organização internacional World Wide Web Consortium; e a eMAG
Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico, desenvolvida pelo Governo Federal.

Os testes passaram por avaliação de acessibilidade por meio de ferramentas automáticas como o ASES (Avaliador e Simulador de Acessibilidade de Sítios) e também pela avaliação por profissionais da FCEE ligados às áreas de tecnologia, surdez e deficiência visual, incluindo pessoas com deficiência que integram a equipe da fundação.

Marcelo Lofi, pedagogo e coordenador do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), por exemplo, participou de todo o processo de desenvolvimento do site. Cego, ele testou e aprovou as medidas. Realizando a navegação com um leitor de tela (software usado para obter resposta do computador por meio sonoro), ele agora consegue acessar todo o conteúdo do novo site com muito mais agilidade.

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