A Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), através do Centro de Capacitação de Profissionais e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS), realizou o Seminário sobre Surdocegueira, que ocorreu no auditório da instituição entre os dias 25 e 26 de outubro. Voltado para profissionais das áreas de educação, saúde, assistência e comunidade em geral, o evento promoveu discussões sobre a surdocegueira, principalmente em relação ao desenvolvimento infantil.
Ministrado pelos profissionais da FCEE Rita de Cássia Silveira Cambruzzi, Laura Lebre Monteiro Anccelotto, Valdeci Lisboa e Dariane Régis, o seminário abordou os seguintes temas: Surdocegueira Congênita/Deficiência Múltipla Sensorial; A Surdocegueira é uma deficiência múltipla?; Objetos de referência no trabalho com o surdocego; O papel do Instrutor Mediador; Formas de Comunicação: Sistema Alfabético; Atendimento Educacional Especializado (AEE) Surdocegueira; e Quem é o Guia Intérprete e qual o seu papel dentro da sala de aula.
De acordo com as profissionais Rita de Cássia Silveira Cambruzzi e Laura Lebre Monteiro Anccelotto, a realização do Seminário é importante para o estudo da surdocegueira pois "amplia a qualificação dos professores visando melhorias no atendimento de crianças e adolescentes, uma necessidade que ainda é grande tendo em vista que esta temática é pouco discutida". As profissionais também destacaram que a FCEE está protagonizando uma importante ação de qualificação de profissionais em todo o Estado nesta área de conhecimento, salientando ainda a preocupação de expandir os conhecimentos sobre esta deficiência, para que as pessoas conheçam o tema e que os alunos com surdocegueira não sejam mais classificados erroneamente como pessoas com deficiência intelectual severa ou múltipla.
De acordo com as professoras, existem diferentes níveis de aprendizado para alunos com surdocegueira, que podem se comunicar de formas variadas, dependendo do nível de visão e audição da pessoa. Assim, a comunicação pode ser dar por Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) visual ou tátil, assim como através de intérpretes que se comunicam da forma que melhor condiz com a situação do aluno, como por exemplo o Guia Intérprete, que tem a função de trabalhar a mobilidade e a descrição do ambiente para quem tem visão parcial ou incapacidade total.
Durante o Seminário, foram divulgadas duas publicações da dra. Rita Cássia Silveira Cambruzzi e Maria da Piedade Resende da Costa, "Surdocegueira por Síndrome de Usher" e "Surdocegueira - Níveis e formas de Comunicação", livros que se completam por trabalharem a comunicação e o aprendizado da surdocegueira, tanto em crianças como na fase adulta.
Em 2019, a FCEE prevê a realização de mais um evento na área da surdocegueira, em nível nacional, ainda sem data definida.