A Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), através do Centro de Apoio Pedagógico e Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), está disponibilizando para download em sua Biblioteca Virtual o material educacional intitulado “Caderno de Atividades em Alto-Relevo: estudando a função quadrática por meio de gráficos táteis”, que tem como objetivo proporcionar aos estudantes cegos do Ensino Médio o acesso tátil e representações (gráfica, algébrica e textual) da função quadrática.

Este material educacional, desenvolvido pelo professor de matemática da FCEE, Luis Araujo, durante mestrado em Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), é dividido em dois cadernos de atividades, um escrito em Braille (que está disponível para download archive neste link (680 KB) ) e outro a “tinta” em PDF (disponível para download pdf neste link (2.90 MB) ).

A versão em Braille pode ser impressa através de impressoras Braille para que os textos e gráficos das atividades do caderno fiquem em alto-relevo, possibilitando que os estudantes cegos tenham acesso às atividades, enquanto a versão em PDF traz dicas de procedimentos para os professores, para que saibam a melhor forma para aplicar o conteúdo, além de comparar a versão em “tinta” com o material em Braille. Além disso, o formato PDF informa as configurações necessárias para utilizar impressoras Braille, para que os professores possam imprimir o material mesmo sem conhecimento prévio de como usar este equipamento.

Segundo o professor de matemática da FCEE, Luis Araujo, a função quadrática foi escolhida como tema pois é um assunto comum no Ensino Médio, ensinado para todos. “Os alunos do ensino regular, que não são cegos, têm o acesso visual aos gráficos e tabelas que representam as funções. E nada mais justo que os estudantes cegos também tenham materiais pelos quais possam acessar a estes gráficos, pelo sentido remanescente que é o tato”, explica.

Além de auxiliar estudantes cegos e professores, Araujo explica que o material educativo tem a intenção de dar a ideia para que outros pesquisadores possam desenvolver materiais diferentes nos mesmos moldes. “Nós focamos em função quadrática, mas a partir dos estudos que foram realizados, se chegou a padrões de produção em Braille e com esses padrões podemos produzir conteúdos diversos da matemática”, afirma.